Cartórios de notas oferecem autorização eletrônica gratuita e segura, enquanto o estado celebra a 10ª doação de coração em 2025

Setembro é um mês marcado por histórias de esperança. Conhecido como Setembro Verde, ele simboliza a luta pela conscientização sobre a doação de órgãos no Brasil. Na Paraíba, a mobilização tem ganhado força não apenas nos hospitais e nas campanhas educativas, mas também nos cartórios de notas, onde a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO) se consolidou como uma ferramenta moderna e segura para quem deseja declarar em vida sua vontade de ser doador.

A AEDO foi criada para facilitar um gesto de solidariedade que pode salvar muitas vidas. Com validade nacional, o documento eletrônico é registrado diretamente no Cadastro Nacional de Transplantes (CNT) e assegura que a decisão manifestada em vida seja respeitada, reduzindo dúvidas e incertezas para as famílias no momento mais difícil.

Na Paraíba, de abril de 2024 a setembro de 2025, foram registradas 1.292 solicitações e emitidas 1.100 autorizações, números que evidenciam a adesão crescente da população. O procedimento é gratuito e pode ser feito presencialmente em qualquer cartório de notas ou de forma online, pelo e-Notariado, plataforma digital dos notários brasileiros.

Segundo o Governo da Paraíba, o impacto já começa a ser sentido. No dia 11 de setembro, o estado registrou a 10ª doação de coração em 2025, graças à autorização da família de um jovem de 22 anos. Além do coração, fígado e rins também foram doados, beneficiando quatro pessoas em diferentes estados do Nordeste.

A captação ocorreu no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, e foi marcada pelo emocionante “Cortejo da Vida”: médicos, enfermeiros e técnicos aplaudiram o doador e sua família no trajeto até o centro cirúrgico.

Em depoimento, a irmã do jovem contou que a decisão respeitou um desejo expresso em vida: “Uma vez ele me falou que, se tivesse oportunidade, ele não seria egoísta, porque se não tinha mais o que fazer, podia ajudar outras pessoas.”

Com esse ato, a Paraíba alcançou 157 transplantes realizados em 2025. Apesar dos avanços, o desafio ainda é grande: mais de 800 pessoas aguardam por um órgão no estado.

Para a diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Rafaela Dias, cada doação é um símbolo de esperança: “Estamos no setembro Verde, uma campanha nacional de conscientização sobre a importância da doação de órgãos. Cada ato como este renova a esperança de centenas de pessoas que aguardam por um transplante. A Paraíba tem avançado, mas ainda precisamos que mais famílias digam sim à vida.”

Essa decisão familiar é muitas vezes marcada por dúvidas e inseguranças. É nesse ponto que a AEDO se torna fundamental: ao formalizar a vontade do doador em cartório, elimina-se a incerteza e garante-se que a escolha seja respeitada.

Ao oferecer a AEDO de forma simples e gratuita, os cartórios de notas ampliam o alcance da política pública de transplantes. Eles atuam como elo entre a decisão individual e a efetivação do transplante, garantindo clareza, validade jurídica e segurança no processo.

Essa parceria entre sistema de saúde e atividade notarial reforça a importância de se pensar a doação de órgãos não apenas como um gesto individual, mas como um ato de cidadania.

O Setembro Verde mostra que cada autorização, cada doação e cada transplante são passos para transformar vidas. Na Paraíba, o esforço conjunto de profissionais de saúde, famílias doadoras e cartórios de notas tem construído uma rede de solidariedade e confiança.

Mais do que números, são histórias de vida que se multiplicam. Cada AEDO registrada é uma promessa de esperança; cada doação realizada, um legado de amor.

Fonte: Beatriz Aguiar/ Assessoria de Comunicação da Anoreg/PB